terça-feira, 24 de agosto de 2010

Prazer,felicidade e chocolate

Minha amiga americana,agora morando no Brasil,me mandou um vídeo de um monge budista sobre a diferença entre prazer e felicidade.Achei ótimo.
Você tem prazer ao comer chocolate,mas esse prazer é fugaz, por tanto não é a verdadeira felicidade.Felicidade você constrói dentro de você e independe dos outros. A razão da sua felicidade tem que estar em você.E é contínua.
Num programa sobre comportamento,um psicoterapeuta  afirmou que você associa alimento a sensação de prazer desde quando a mãe  amamenta o bebê.E daí,quando você se sente triste, você se abastece de comida,entre elas o chocolate.
Muitas pessoas substituem o prazer sexual pelo prazer de comer.
Parei pra pensar na minha súbita paixão pela culinária.Estaria ela relacionada ao prazer pelos jogos preliminares que antecedem ao ato sexual?Pode ser. O colorido,o cheiro, a textura dos alimentos pode estar substituindo (temporariamente,eu espero) o tal príncipe encantado,ainda não encontrado por estas terras,onde cumpro meu exílio.
Então,por um momento de prazer, fui assistir ao filme da Julia Robert: "Comer, rezar e amar".Já havia lido o livro,que achei um tédio.Mas as vezes,a linguagem do cinema pode ser mais empolgante.Engano.
O que sobrou dessa ida ao cinema foi ver,retratada na tela, o que mais dilacera minha alma: a saudade do Brasil. As músicas brasileiras,embalando  a história de amor com um pseudo brasileiro,quase me fizeram chorar. O "galã",que de brasileiro não tinha nada,fez um bom esforço para retratar essa alma latina.
Saí do cinema com a vontade  louca de pegar o primeiro avião,pousar no Rio de Janeiro e "dar um pega"no primeiro carioca disponível.
Agora,fica  um alerta: se a propaganda é a alma do negócio,corram amigas ,pois o homem brasileiro  virou produto de cobiça internacional.
Eu vou ficar ,por aqui ,comendo minha barra de chocolate.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Atração fatal

Ainda estou zonza. Nem acredito que levei uma cantada ontem,aqui no US. Como boa carioca,para alguns carioca boa, cantada deveria ser algo muito corriqueiro na minha vida.Era, até eu me mudar pra cá,pro US.
Aqui no US,não existe paquera,pelo menos em Nashville. Você conhece um cidadão na creche,na escola,na igreja ,no trabalho ou alguém apresenta você. Na balada,talvez,mas não é confiável.Fora isso, pode se considerar encalhada.
Eu já estava até desenvolvendo um processo de baixa estima. Ninguém vira o pescoço pra olhar quando você passa. Não existe abordagem. Eles tem medo de processo.
Você passa a se achar a pessoa mais feia e insignificante do planeta.Até invisível!
Mas, ontem, foi diferente. Eu estava tentando lidar com um novo aparador de grama,antes que desabasse um temporal,quando um carro parou junto a mim. Um homem belo e sorridente ,e não desconhecido, elogiou o meu esforço,num inglês que eu entendia. Lembrei de onde o conhecia: da igreja e da escola da minha neta. Claro!
Perguntou de onde eu era e me disse que era da Colombia.Não sei porque ,eu achava que ele era árabe.E num bom Português falou que já havia morado em Manaus. Papo vem,papo vai,perguntou pelo meu marido. Ao saber que não havia um,abriu um largo sorriso. Isso é um tipo de pergunta que não fazem aqui. Só mesmo entre latinos.Senti-me na liberdade  de perguntar pela esposa dele.Surpresa! Ele tinha uma! E ainda acrescentou que estava querendo outra. Imagine! Revidei que ele não era árabe para querer um harém.
Tentei por um fim na conversa e, ao me despedir,ele acariciou a minha mão.Um escândalo isso,aqui, nesta terra! E ainda disse que eu era muito "hermosa"(formosa em espanhol).
Nem sei descrever o que senti. Alegre,talvez,por me sentir viva.Irritada pelo descaramento dele.Embaraçada por ele trabalhar na escola da minha neta. Revoltada porque homem só muda o CEP.No fim ,é tudo igual.
Por que o título é atração fatal? Porque numa terra em que não existem garis,um "janitor"( pronuncia-se jenitor) ou zelador de escola sentiu-se atraído por mim,como acontecia no Rio.Velhos tempos.
Eu devo exercer uma atração fatal em homens que empunham vassouras. Seria  uma "paródia"do príncipe encantado e sua espada?
Homens!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Vida americana

Decididamente,United States of America não é a minha praia.E onde moro,nem praia tem. A última vez que vi água em abundância,na natureza,foi na enchente de maio,no Tennessee.
Mas tem coisas bem interessantes,devido a cultura da praticidade. Nisso,o Brasil perde de longe.Haja visto que a gerente da minha conta no Itaú resolveu bloquear minha conta porque teve muito movimento.Tive que ligar para aquela agência tupiniquim e responder perguntas cruciais como: A senhora sabe que foi feito um débito de 21 reais na sua conta pela CEG?Ela deve ser alguma alienada.Qual o mistério de ter débito automático da minha própria conta de gás?Mas nem assim ela liberou a minha conta.Os depósitos feitos,no valor do meu salário,creio que para ela se devem a algum tipo de tráfico ou especulação.Só se for tráfico de cultura!
Aqui,se você faz um movimento na sua conta,eles também bloqueiam.Mas basta um telefonema para ficar tudo resolvido,sem precisar comparecer a uma agência e trocar a senha.Aqui,as pessoas tem mais o que fazer!
Li,no orkut de uma amiga que ela não escolheu a vida que ela estava vivendo.Tenho que concordar com ela,apesar de todo conhecimento espiritual que possuo.
E ainda tem gente pensando que viver aqui é um paraíso.Deve ser pra quem tem muita grana e pode pegar um jatinho ,pousar em Cascadura e ir resolver o problema da gerente de TPM.
Mas voltando a modernidade,aqui,no país da praticidade,não existe lixeiro,nem gari. Ontem,  pude observar o "gari mecânico"daqui. Num país onde o lixeiro só passa uma vez por semana e você não ve lixo nas ruas,apesar do consumismo,vale a pena admirar os sinais da civilização.
Gari americano

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"Palavras são marcas por escrito"

Li na coluna da Elaine Brum.E achei que valia a pena divulgar e refletir.
Entre outras coisas, ela escreveu:
- "A vida se faz nas marcas."
- "Vivemos por causa de nossas marcas- e não apesar delas."
- "Cada vida humana é um vitral feito com as marcas de todas as nossas mortes.Sem os cacos,nada há."
Como eu vivo juntando meus cacos,achei o texto muito apropriado.
E aí,enveredei pela coluna da Francine Lima: " O peso que cada um carrega". Muito apropriado também. Destaco aqui algumas reflexões da colunista:
- "Se não posso dar conta de tudo, assumo só o que me cabe."
-"Desconfio que é mais importante dar-me menos coisas para fazer- para ter mais o que fazer com as coisas que já tenho."
E voltando ao título desta postagem, é bom citar o lançamento do livro da Marianna Kiss, "Como Ser Uma Mulher Solteira".Imperdível para solteiras,casadas e parceiros.Ele está disponível no site da Livraria da Travessa.Vocês podem checar o conteúdo no blog do livro e no da própria Marianna,a quem depois de dar umas lidas, considero "minha amiga de infância".
Boa leitura,boa reflexão!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Colchinha de retalhos

Gustavo
Fazer aniversário,às vezes,pesa e muito! Por isso dei uma parada nos blogs. Fiquei um tanto reflexiva.Não flexível,porque a idade está emperrando as minhas engrenagens. Mas com tantos pensamentos conturbados,meu cérebro mais parecia uma colchinha de retalhos.E pra pesar ainda mais,o "meu bebê "estava completando 22 anos.E o que dizer dos irmãos mais velhos,já que este é o chamado "temporão"? Melhor nem comentar!
Eu,carioca!


Dias atrás, fui a um encontro religioso.Adoro ouvir falar de Deus.Teve uma dinâmica onde você desenhava o seu próprio pé e escrevia pra onde ele o levaria.Escrevi: De volta pra mim mesma.E dei oprimeiro passo: cortei o cabelo. Não com qualquer cabelereiro,mas com um hairstyle. Daqueles que respeitam a sua origem ,seu tipo de cabelo,sua personalidade e seus sonhos.O resultado vocês poderão checar na foto.Até o sorriso melhorou.


Virginia e Vitor
Mas os fatos continuavam ocorrendo,apesar da "minha festa",da celebração da vida. Mãe só fica feliz quando o filho também está feliz.Aí caiu nas minhas mãos uma foto antiga,dos filhos mais velhos.Eles estão bem,mas queria que estivessem melhor.Não importa a idade que tenham,serão sempre meus filhos.Mãe não dorme.Reza. E muito!